Não foi em vão que Deus proveu a natureza de tão rica e variada flora medicinal. Ao espalhar o Todo-poderoso, com mão liberal, os seus socorros na natureza, previu cada uma das nossas necessidades, cada uma das nossas dores. Não há dor que não possa ser aliviada nem necessidade que não possa ser provida pelos meios que Deus pôs ao nosso alcance na natureza.
“E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra produziu erva, erva dando semente, conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom”. (Gn 1.11,12).
"E o seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio". (Ez 47.12).
A ciência terapêutica data da remota antiguidade. Não queremos dizer que remonte ao começo do mundo porque o homem foi criado perfeito, sem o menor vestígio de ou propensão para a enfermidade. Mas, durante os quase seis mil anos decorridos desde a criação, sua resistência física diminuiu grandemente, em virtude de seu desrespeito às leis da natureza. A raça humana só não se extinguiu ainda, por este processo de contínua degeneração, graças ao colossal poder de resistência de que fora dotado o primeiro homem. Se, apesar dessa contínua degeneração, o homem, hoje, ainda atinge idades avançadas, 80, 100, 120 anos não nos é difícil compreender como o homem há uns cinco milênios chegava a perto de mil anos de idade, como sabemos dos antediluvianos.
Foi especialmente do dilúvio para cá que a degeneração se tornou mais pronunciada. Desde então, especialmente, é que a humanidade tem decaído mais e mais, transmitindo enfermidades sobre enfermidades de pais para filhos.
E desde que começaram a aparecer enfermidades, os homens, como é lógico, trataram de combatê-las como melhor sabiam. A natureza foi, sem dúvida, o primeiro médico, o primeiro remédio, a primeira farmácia, o primeiro hospital a que o homem recorreu.
O primeiro ou um dos primeiros métodos de cura que se ofereceu foi o tratamento pelas plantas. Instintivamente o animal irracional toma precaução contra a doença, e, quando doente, recorre às ervas curativas. O homem, como ente superior, e dotado de inteligência, desde cedo notou este gesto instintivo dos animais e, orientado observações próprias, verificou que nas ervas há poder curativo. Assim começaram as pesquisas mediante experimentos, e se descobriu que tais e tais ervas são boas para tais e tais fins. Por aí se explica que todos os silvícolas sabem tratar-se com ervas.
No reino das plantas há abundância de virtudes curadoras, próprias para as necessidades do homem. Tão perfeita é a natureza, que provê tudo que necessitamos. Pelas plantas, todas as doenças são curáveis, porém muitas curas ainda não foram descobertas. As plantas são muito mais adequadas para o corpo humano que os produtos químicos dos laboratórios, porque, ao passo que estes danificam, aquelas sanam. Elas figuram entre os melhores meios de cura.
A ciência fitoterápica (cura pelas plantas) também tem feito progressos. Antigamente se sabia que certas ervas serviam para certas doenças, mas não se sabia por que. Hoje se explicam os efeitos pelas causas.
As virtudes das plantas medicinais devem-se em grande parte aos ácidos nelas contidos, como por exemplo, o ácido cítrico, extraído do limão, e de outros frutos ácidos; o ácido málico da maçã; o ácido tartárico; o ácido sucínico; o ácido salicílico; o ácido valeriânico; etc.
Outro fator que desempenha importante papel na vida do homem são os sais contidos nas plantas, sais do: sódio, cálcio, magnésio, ferro, fósforo, enxofre, silício, cloro, etc.
Os sais minerais são indispensáveis à saúde do homem.
Os sais alcalinos, principalmente os de sódio, têm importante ação na alcalescência do sangue.
As ervas ricas em calcários servem para dar resistência ao tecido ósseo e fortificar os vasos sanguíneos. O ferro contido em muitas plantas, e que é facilmente absorvido pelo organismo, tem a função de evitar e combater a anemia.
A saúde perfeita e a vida normal dependem de uma infinidade de substâncias, umas conhecidas e outras desconhecidas até agora, que o organismo deve receber pela alimentação, e que só pode receber dos vegetais crus. Quem come muita fruta, verdura e salada de ervas silvestres, não necessita ingerir doses especiais de vitaminas, sais, fortificantes, etc. Já tem tudo o que a ciência conhece como necessário e mais o que a ciência ainda não conhece. Tem, outrossim, todos os elementos necessários para uma rápida formação de anticorpos, em caso de um ataque microbiano. Além disso, pela ação purificadora das plantas, tem sangue limpo e está, por conseqüência, imunizada contra as enfermidades que fustigam a geração atual, como câncer, a tuberculose, etc., doenças estas que, por encontrarem no organismo de sangue limpo um ambiente desfavorável, não podem nele desenvolver-se.
As plantas amargas servem para excitar o apetite, regularizar as funções gástricas e favorecer a digestão.
Muitas plantas são valiosas por estimularem ou regularizarem o funcionamento de certos órgãos,
As plantas, enfim, são indispensáveis para o homem. A medicina moderna, infelizmente, suplantou este tão importante fator curativo das plantas, com produtos químicos. Prevalece, hoje, no mundo civilizado, a teoria: “Veneno contra veneno”.
Os produtos químicos não podem, por conseguinte, ser verdadeiramente considerados como remédios. Os verdadeiros remédios são aqueles que purificam o corpo, expulsando as impurezas nele contidas. E neste particular as plantas desempenham papel preponderante.
Quem deseja ter saúde deve volver à natureza.
O falso modo de viver e curar atualmente adotado pelo homem, mostra quanto ele se afastou da natureza, Em tempo algum, na história da humanidade, tem o homem Vívido de maneira tão artificial como em nossos dias.
Vivendo-se em desrespeito às leis da natureza, comete-se um grande erro, como já dissemos. E, depois, recorrendo-se às drogas quando sobrevém à doença em resultado do abuso, em vez de se voltar à natureza, comete-se outro erro.
Lancemos, ainda, de passagem, ligeira olhada aos hábitos de alimentação modernos. Quantos erros se cometem!
- Come-se o que não se devia comer.
- Come-se demais.
- Come-se em horas impróprias.
- Come-se de maneira indevida.
- Misturam-se alimentos que não combinam entre si.
E cometem-se outros tantos abusos, contra que o organismo, mais cedo ou mais tarde, não deixa de protestar. Mas quando protesta, muitas vezes já é tarde, porque já está arruinado.
Hoje em dia, dos muitos alimentos usados pelos povos civilizados, uns são desvitalizados, e outros são conservados quimicamente. Assim, o alimento do homem moderno é, deste ponto de vista, duplamente impróprio: primeiro, porque é destituído de vitaminas, sais minerais, etc.; segundo, porque é tratado com produtos químicos para conservar, dar gosto, cheiro, cor, etc.
Mas o erro não permanece impune.
A adoção de falsos métodos traz enfermidades de toda espécie, que se multiplicam dia após dia. Quanto maior o progresso das ciências, tanto mais extensa a vida artificial mais predominante às doenças, e maior o índice de mortalidade prematura.
O boi e o cavalo conhecem o alimento que lhes foi ordenado pelo Criador no princípio, mas o homem não. Achando-se o boi ao lado do cavalo, Um não tem o menor receio de que outro o vá devorar. Mas já não é assim entre o boi e o homem, apesar da alardeada civilização do século vinte. O homem é para o boi o que a onça é para o homem: um inimigo, um: ser ingrato, traiçoeiro e muito perigoso, que poderá, a qualquer momento, deliciar-se com o seu cadáver. Se os mudos animais pudessem falar, que pleito não teria contra o homem!
O animal, por instinto, sabe o que deve comer. Mas o homem, com a inteligência que lhe foi dada, não o sabe. Por sua condescendência com os apetites pervertidos, perdeu quase completamente a semelhança de Deus e o luminoso caminho da natureza. O fato de que Deus criou homem como um ser vegetariano, e que o homem, vivendo vegetarianamente, alcançou a avançada idade de quase mil anos, é geralmente ignorado pela humanidade em nossos dias. Apesar do progresso do conhecimento, isto lhe parece ser uma fábula. Estranha anomalia! Mas o fato é que o homem segue um caminho errôneo no que se refere ao verdadeiro modo de viver, e não sabe o que necessita para se manter são.
Por instinto, o animal também sabe curar-se pelos meios que Deus proveu em a natureza: O jejum, o sol, as ervas, a terra, etc. Mas o homem, apesar de dotado de Inteligência, substitui os meios naturais pelos artificiais, de sua própria criação. A natureza é tão perfeita, justamente por ter saído das mãos de um Artífice onisciente, que todo artificialismo é em realidade um jugo desnecessário.
Para o animal, quando doente, o curar-se com ervas é coisa tão instintiva como o beber água quando com sede. Manifestam assim sua estrita relação com a natureza. E é justamente esta relação perdida, que o homem tanto necessita para restaurar e conservar sua saúde.
Outra função benéfica das plantas, que não podemos aqui passar por alto, é que elas purificam o ar que respiramos.
Duas palavras permitimo-nos dizer também sobre isto ponto:
Tudo, em a natureza, se move. Sem movimento não há vida. Nos corpos de ferro, isto é, nas máquinas, o movimento é produzido pela combustão de petróleo, carvão, gás, lenha, etc. Também o movimento da máquina viva, corpo humano, depende de combustão interna. Sem isto, o homem não poderia falar, andar, trabalhar, ou fazer qualquer outra coisa, nem tão pouco teria calor. Necessita, portanto, do material combustível e reedificador.
Para o desenvolvimento e reedificação do seu corpo, o homem requer substâncias que contenham nitrogênio, fosfato e cálcio, e, para ter energia, a qual provém do processo de combustão interna, necessita de hidratos de carbono.
Mas não há combustão sem o oxigênio do ar. Portanto, um dos fatores da saúde, é respirar bem.
Muitas enfermidades resultam de uma respiração imprópria e do ar impuro.
As enormes quantidades de gás carbônico desprendidas diariamente pelas fábricas e veículos de combustão interna, e as grandes massas de bióxidos de carbono exaladas pelos dois bilhões de seres humanos existentes sobre o globo terrestre, contaminam constantemente a nossa atmosfera. Mas o sábio Criador dispôs as coisas de tal maneira que, por uma lei de compensação, o gás carbônico é reabsorvido, para purificar a atmosfera, em processo ininterrupto. Ë ao reino vegetal que cabe, em parte, a incumbência de absorver os gases prejudiciais que continuamente saem pelas chaminés das fábricas e tubos de escapamento dos veículos, e devolver o oxigênio ao ar. A maior parte desses gases é, contudo, absorvida pelos rios, pelos lagos e pelo imenso mar.
Assim, as plantas têm esta tríplice tarefa: Alimentam e curam o homem, e purificam o ar. Mas o homem, salvo exceções, não compreende isto. Procura alimentar-se com carnes e curar-se com produtos químicos. No princípio, a carne nem sequer era alimento para os animais, e muito menos para o homem. A carne é um alimento deficiente e prejudicial. Deficiente por não conter, em quantidade suficiente, as tão necessárias vitaminas, sais minerais e hidratos de carbono. Prejudiciais por conter substâncias venenosas, como sejam: ácido úrico, creatina, creatinina, purina, xantina, etc. Segundo as leis da natureza, os cadáveres devem putrefazer-se, não no ventre do homem, mas sim na terra, para devolverem ao solo as substâncias que as plantas, em processo contínuo, absorvem.
Um pedaço de carne tirado do corpo de um animal, nada mais é senão um produto de putrefação prenhe de venenos grandemente nocivos ao organismo humano. E, conforme as leis naturais devem ser enterradas, para que no solo se complete o processo de decomposição. É um erro sepultá-lo no estômago de um ente racional, civilizado.
As plantas contêm na devida proporção, todos os elementos nutritivos essenciais ao homem. Não é necessário comer carne para receber uma provisão de proteínas. O vegetais também contém essas substâncias. O corpo de todo ser vivente é, como todos sabem, formado por aquilo que come. Ora, de onde recebe o boi as proteínas que possui na sua carne, senão das ervas? Porventura não possuem os legumes (feijão, ervilha, lentilha, etc.), tanta proteína como a própria carne? E o feijão-soja não contém o dobro? Sim! Enquanto a carne tem aproximadamente 19%, a soja tem cerca de 40%.
Finalizando este capítulo, salientamos novamente que os vegetais contêm todas as substâncias de que o homem necessita para manter-se são ou para recuperar a saúde. Assim é, e não poderia ser diferente, pois a natureza é perfeita. Nada tem demais, e nada tem de menos.
Joe Nature
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