SAÚDE

PLANTAS MEDICINAIS

Acariçoba (Hydrocotyle umbellata)
MEDICINA NATURAL

O QUE É A SAÚDE?

             Nossa vida está sujeita as leis fixas. A obediência às mesmas tem por conseqüência a saúde. A transgressão em doença.

             A saúde não se conserva mediante preservações vacinosas e sorosas, tampouco se recuperam com o uso de produtos químicos.

             É grave erro crer que se possam cometer abusos contra as leis da natureza e neutralizar os efeitos deletérios mediante a ingestão de drogas.

             Assim como quase toda doença tem como causa impurezas no sangue, a saúde tem por base sangue limpo. Teve, portanto razão o conhecido naturista, Luís Kuhne, que disse: “Há uma só doença e um só remédio”.

             A saúde não reside, como se vê, no uso de medicamentos farmacêuticos acertados, mas sim na prática dos princípios de higiene, na vida conforme as leis da natureza, fator este que resulta em sangue limpo.

             Por um lado deve-se tratar de eliminar as impurezas do sangue, e por outro lado evitar que se introduzam e se acumulem novas impurezas nos vasos sanguíneos. Nisto está à saúde.

             Para a obtenção deste alvo, os princípios a serem praticados são os que indicamos a seguir. Esses princípios; note-se bem, têm relação mútua. A boa operação de um depende da colaboração do outro.

I
ALIMENTAÇÃO CORRETA

             Se mencionarmos este ponto em primeiro lugar, é porque é o que mais influi na saúde. A maioria das enfermidades provém de hábitos dietéticos errôneos. Nada concorre tanto para a acumulação de impurezas no sangue, como uma alimentação imprópria de todos os pontos de vista. E, para purificar e manter puro o sangue, nada como uma alimentação bem orientada. Por aí o leitor poderá avaliar quanto à saúde depende da boa alimentação. Muitas enfermidades, efetivamente, curam-se mediante um regime bem orientado.

             Em matéria de alimentação, deve-se, pois, ter em vista os seguintes fatores:
  • O que se deve comer;
  • O que não se deve comer;
  • Quanto se deve comer;
  • Como se deve comer;
  • Quando se deve comer;
  • Quando não se deve comer;
  • Combinação correta dos alimentos entre si;
  • O correto equilíbrio ácido-alcalino; etc.. 
             Não vamos aqui estender-nos sobre este assunto, porque o mesmo escapa ao objetivo deste livro. Mas não podemos deixar de advertir os prezados leitores de que, sendo a questão alimentar de máxima importância para a saúde, é necessário, antes de tudo, corrigir todos os hábitos dietéticos errôneos, sem o que serão infrutíferos os demais esforços no sentido de manter ou restaurar a saúde. Nosso livro “Ciência da Saúde e Boa Alimentação” trata especialmente deste assunto. Recomendamo-lo, portanto, aos nossos estimados leitores.

II
AR PURO

             O ar das grandes cidades é viciado. Principalmente os grandes centros industriais são envolvidos numa atmosfera envenenada. Das chaminés das muitas fábricas e dos tubos de escapamento dos muitos autos, saem gases venenosos, que infestam o ar. O ar poluído é um perigo para a saúde. Deve-se, pois, viver, tanto quanto possível, fora das grandes cidades. Deve-se também evitar trabalhar em ambientes confinados, e evitar dormir em quartos mal ventilados.

III
MOVIMENTO

             O organismo requer exercícios físicos, a fim de que os diversos órgãos funcionem normalmente e desempenhem suas funções com regularidade. A falta de movimento acarreta freqüentemente, entre outras coisas, prisão de ventre, que é a causa de muitas enfermidades.

IV
BANHOS

             Impurezas são expelidas pelos poros. E, para evitar que elas sejam reabsorvidas, ou que obstruam os poros, dificultando a livre respiração pelos poros e a eliminação normal das toxinas com o suor, devem tomar-se banhos freqüentes.

V
SUADOUROS

             Suar é bom, pois com o suor saem impurezas do corpo. Muitos operários braçais, que suam durante o serviço, devem a este fator o terem sido parcialmente protegidos contra as enfermidades. Os que não suam normalmente fazendo trabalhos físicos deviam, para compensar esta deficiência, tomar banhos de vapor, um ou dois por semana.

VI
BEBER ÁGUA EM ABUNDÂNCIA

             Devem tomar-se pelo menos seis a oito copos de água por dia. A água, bebida abundantemente, contribui para a evacuação normal e a eliminação das impurezas do sangue pela urina. Não deve, todavia, tomar-se água nas refeições, mas sim entre uma e outra refeição. Bebam-se dois copos em jejum, dois copos uma ou duas horas antes do almoço, dois copos uma ou duas horas antes do jantar, e um ou dois copos duas horas depois do jantar.

VII
JEJUM

             Bom efeito sobre a saúde tem o jejum com uma limpeza (purgantes e clisteres). Muitos sofrem por excesso de comida. E, principalmente para estes, não há como ficar alguns dias sem comer, tomando somente água. Em geral o jejum é bom para todos, pois dá descanso aos órgãos cansados e ajuda a eliminar as impurezas do interior.

VIII
DESCANSO

             Diariamente o organismo dispende energia. Este dispêndio deve ser reparado, O sono e o repouso são os restauradores, o trabalhador necessita de sono e repouso físico. O trabalhador intelectual requer sono e descanso mental, O trabalho físico lhe é muito benéfico, e não só benéfico, porém mesmo indispensável, porque é, para ele, uma forma de descanso, O trabalho físico, a ginástica, uma excursão ao ar livre, distrai-lhe a mente excitada e fará dormir melhor.

IX
EVITAR O FUMO, ÁLCOOL, ETC.

             O fumo e o álcool são Vícios de grande efeito deletério sobre a saúde do povo. A grande degenerescência que caracteriza esta geração é devida especialmente a estes dois inimigos da humanidade. Muitos sofrem de uma ou de outra maneira, sem saberem que o fumo ou o álcool, ou ambos conjuntamente, lhes estão causando os sofrimentos.

             De maneira geral, antes de iniciar uma cura por plantas, conforme indicação constante deste livro deve o paciente abandonar, por completo, o fumo e o álcool, pois, sem o fazer, não poderá alcançar a restauração da saúde. Nada adianta tomar chás de algumas ervas, e continuar fumando ou bebendo, assim como nada adianta usar remédio para calos, sem evitar o uso de sapatos apertados. O principal fator tendente à restauração da saúde, é evitar as causas da doença. Assim, torna-se fácil compreender que, em todos os casos, a prática não só deste fator de higiene, mas de todos os fatores apontados neste capítulo, é de importância primordial.

             Ao fumo e ao álcool, cabe acrescentar, também, como artigos prejudiciais, os seguintes: carne, enlatados, café, chocolate (cacau), chá preto, chá mate, sorvete, condimentos picantes, vinagre, drogas, etc.

X
BANHOS DE SOL

             O organismo humano foi feito para viver na atmosfera, exposto ao ar e ao sol. Os raios solares, exercendo-se através da pele, ajudam esta a desempenhar suas funções naturais, dando-lhe a vitalidade que deve ter. Ultimamente, tem-se constatado que os raios ultravioletas do sol (na parte da manhã), irradiados diretamente sobre a pele, são muito benéficos no combate ao raquitismo.

XI 
HIGIENE MORAL

             A sensualidade também figura entre as causas das doenças. A condescendência com as paixões carnais traz como conseqüência, diversos sofrimentos. Recomendamos, portanto, praticar a higiene moral, refreando os impulsos de ocorrer na prática, tem lugar na mente, deve aqui animais. Como a sensualidade, por via de regra, antes começar o combate. É necessário, antes de tudo, cultivar higiene mental, evitando toda influência corruptora, toda leitura lúbrica, toda conversa imoral, toda contemplação de quadros ou cenas sensuais, todo pensamento impuro.

XII
OTIMISMO

             O estado do espírito tem muita influência sobre o corpo. A tristeza, a mágoa, a fadiga mental, a apreensão, o medo, a ira, os aborrecimentos às preocupações, etc., afetam a saúde desfavoravelmente. Por outro lado, a alegria e a despreocupação têm efeito benéfico sobre a saúde. Ambos os estados mentais atuam fisiologicamente sobre o sistema nervoso, aparelho circulatório aparelho digestivo, glândulas endócrinas, etc.

XIII
CURAS POR PLANTAS

             As plantas têm a importante função de purificar o organismo expelindo as toxinas, neutralizar a acidez do sangue, suprir a falta de certos elementos nutritivos (vitaminas e sais), estimularem a ação de certos órgãos, normalizando o funcionamento de outros, etc.

             É deste último fator curativo que nos propomos tratar neste livro, lembrando novamente o leitor de que o concurso dos demais fatores é indispensável à recuperação e manutenção da boa saúde.

O QUE É A DOENÇA?

             No tempo em que vivemos é muito difícil encontrarmos uma pessoa de meia-idade completamente sã. Poucos podem dizer, com propriedade, que gozam de perfeita saúde. A doença está tão alastrada que hoje em dia as perturbações menores nem passam por doença, senão por coisa natural. Muitos, quando interrogados, dizem que vão bem de saúde, enquanto seu organismo em realidade sofre vários distúrbios.

             Esses pequenos distúrbios, que se repetem, são, todavia, avisos de que o caminho está sendo preparado celeremente para enfermidades graves, às vezes mortais.

             O organismo é dotado de defesas naturais, e não baqueia imediatamente. Por algum tempo, contorna as irregularidades funcionais. A princípio o paciente pode mesmo não sentir nada. Essas irregularidades, porém, depois de algum tempo, se manifestam em forma de dores de cabeça, dores em diversos órgãos, dispepsia, prisão de ventre, mau funcionamento do fígado, dos rins, falta de apetite, sensação de fraqueza, etc. Mas o poder de resistência do organismo é limitado.

             Uma casa Pode ter um compartimento com a função de despejo. Ali se põe tantas coisas quantas cabem, mas se os trastes velhos e os de pouco uso são muitos que não cabe no despejo e que se tem só de deitar fora, fica espalhado pelos demais compartimentos da casa, atravancando a sala, os dormitórios, a cozinha, o banheiro e o próprio corredor. Além disso, pouco ou nada se varrem os cômodos e a cozinha, e o interior da casa é uma imundícia. E com o organismo é mais ou menos assim. Todas as doenças exceto naturalmente as de carência têm uma só causa: sangue impuro. As defesas naturais pelejam enquanto têm força para pelejar. E Quando não podem mais, vem à decadência, a depressão.

             O mal então se manifesta na parte mais vulnerável. 
O dito Popular “A corda rebenta no Ponto mais fraco”, aqui se Confirma.

             A enfermidade não vem, pois, de repente. Antes que uma doença possa ser classificada como arteriosclerose, câncer, diabete, nefrite, lepra ou tuberculose há processos fisiológicos anormais, que entorpecem o metabolismo nutritivo.

             Mesmo outras afecções graves, agudas como a pneumonia, a varíola, o tifo, a gastrenterite, não podem surgir sem encontrarem o caminho preparado. Não podem tomar pé numa pessoa Cujas funções orgânicas sejam perfeitamente normais.

             Primeiro a pessoa se predispõe para o mal. Transgride as leis da vida. Surgem então desordens no estômago, nos intestinos, no fígado, no pâncreas nos rins, e todo o mecanismo funcional. Acumulam-se no organismo humores mórbidos, repletos de toxinas. Os micróbios encontram então terreno propício e entram em ação.

             A ação dos micróbios se alastra, apesar da resistência que encontra da parte das defesas naturais do organismo, enfraquecidas. Chega finalmente o momento em que se trava a luta decisiva entre os micróbios e as defesas do organismo. As forças vitais entram em pleno desempenho das suas funções, dando tudo o que têm para resistir ao ataque dos bacilos patogênicos.

             Os máximos e desesperados esforços do organismo para libertar-se do mal, manifestam-se em forma de febre e outros sintomas morbosos. Às vezes vencem as forças naturais, às vezes os micróbios. A vitória de um ou de outro depende: 
  • Da capacidade de resistência ainda encontrada nas forças vitais,
  • Da ajuda que o enfermo presta às suas forças vitais, não mediante o auxilio de drogas. Mas mediante o recurso à natureza, colocando eu organismo em condições de poder resistir,
  • Da natureza dos micróbios da doença.
             O homem cujas forças naturais vencem os primeiros do mal incipiente ganha a batalha contra os invasores que pretendem alojar-se nas “camas-morbosas” do seu organismo, transformando-o em “hospital”. Deve-se, portanto, dar muita importância a esses primeiros sintomas, às pequenas irregularidades. Quando não, o mal ganha terreno até quebrar toda resistência natural do corpo; como já dissemos, e alcança a supremacia. Então começa a fase crônica da doença.

             Os processos morbosos só entram em fase crônica quando as forças naturais do organismo, enfraquecidas grandemente, são vencidas, após terem varonilmente resistido aos abusos contra as leis da natureza, praticados de muitas maneiras, como seja: por alimentação errônea, pelo alcoolismo, pelo tabagismo pelo uso de drogas, por condescendência com as paixões carnais, por falta de asseio geral, por falta de ar puro, por falta de sol, por falta de movimento (exercícios físicos), por falta de descanso. 

VENENO CONTRA VENENO?

             O sistema de medicina mais usado, no presente, é a alopatia. A homeopatia está igualmente bem divulgada. O naturismo acha-se entre os menos praticados.

             A alopatia visa combater as doenças mediante medicamentos que produzem efeitos contrários às mesmas.

             A homeopatia visa tratar as doenças por meio de agentes terapêuticos que, tomados em pequeninas doses, tem, ou se supõe terem, a propriedade de produzir sintomas semelhantes aos dessas doenças.

             O naturismo tem em mira a cura das enfermidades pela remoção das suas causas. “Sublata causa tolitur effectus”, diz um velho brocardo. Visa pôr o organismo em condições de defender-se e restaurar-se a si mesmo.

             O sistema alopático emprega drogas, antibióticos, vacinas, soros, etc.
             Cabe, aqui, todavia, fazer algumas advertências.

I
AS DROGAS

             As drogas têm um princípio tóxico. São venenosas. Os venenos querem tomados por injeção quer por via bucal, penetram no sangue e, pelas vias circulatórias, percorrem todo o organismo. Fazem dano aos germes das doenças; não há dúvida. Podem matá-los ou neutralizar-lhes os venenos. Podem intensificar ou diminuir o trabalho de certos Órgãos. Podem provocar outras modificações nas funções vitais. Mas, por outro lado, também danificam o organismo humano. Afetam o aparelho digestivo. Afetam o fígado, o qual, entre suas múltiplas funções, tem a função antitóxica neutralizando os venenos ou diminuindo-lhes a ação, quando em quantidade limitada. Mas não dá conta, o fígado, de porções excessivas de veneno. O que vai além de sua capacidade se dissemina por todo o corpo, fazendo sentir, em todos os órgãos, sua ação maléfica. E o próprio fígado fica doente, em conseqüência da sobrecarga. 
             O veneno circula pelo Corpo todo, como já foi dito. Passando pelo cérebro, o afeta. Afeta todo o sistema nervoso. Afeta o coração. Afeta os rins. Não é igual à ação de todos os venenos. Uns prejudicam especialmente este órgão; outro aquele. Assim, há drogas que podem afetar especialmente a vista, a audição, os órgãos genitais, etc.

             Como exemplo ilustrativo, citamos apenas um fato: Em julho de 1954 os jornais publicaram a proibição de venda determinada pelo Serviço de Fiscalização do Exercício Profissional, da Secretaria da Saúde, de determinado medicamento, porque se descobriu que o mesmo provoca a cegueira.

             Muitas drogas, quando tomadas em doses repetidas, podem tornar-se cada vez mais intoleráveis ao organismo até provocarem uma intoxicação. E, por outro lado, as drogas, segundo a qualidade, a freqüência com que são tomadas, e a quantidade, podem também tornar-se inoperantes. À-guisa do que sucede com as vacinas, o organismo pode criar antitoxinas para certas drogas, após aplicações reiteradas, podendo essas drogas, em virtude da presença de anticorpos, ser neutralizadas quando ingeridas, tornando-se, assim, inútil o seu uso.

             É, por exemplo, muito difundido o hábito de usar preparados à base de sulfas, penicilina, e outras drogas, para tratar muitas doenças, mesmo muitas sobre as quais esses medicamentos não têm ação. E como os mesmos, muitas vezes, não acarretam perigos visíveis e imediatos ao organismo, dão margem a que o povo os use a três por dois. Esses medicamentos, porém, tomados repetidamente, em pequenas doses, podem, segundo as circunstâncias, promover a “tolerância medicamentosa”. Determinam, assim, no organismo, um estado de tolerância que os torna inoperantes mesmo contra doenças de que são específicos. Mas, ainda que inúteis para estas enfermidades, trazem prejuízos que, mais tarde, poderão manifestar-se em várias formas de doença.

             As sulfanilamidas produzem várias reações tóxicas, prejudiciais, e, às vezes, fatais. São venenosas para os Invasores estreptocócicos, não há dúvida, mas são também venenosas para o organismo.

             E que acontece quando o paciente vê que a droga não lhe faz o esperado efeito curativo? Toma doses maiores, nem suspeitar que o medicamento que deveria trazer-lhe saúde, lhe está arruinando o organismo. Repetidas doses maiores podem acarretar graves intoxicações ou alguma doença secundária.

             Quando as drogas não são causa direta de certas enfermidades, podem ser causa indireta. Determinados órgãos, sendo afetados pelos venenos, não desempenham fielmente seu dever, e, em conseqüência prejudicam o bom funcionamento de outros órgãos que dependem da ação daqueles.

             Aparecem muitos distúrbios cuja causa real é poucas vezes suspeitada. Quem pode negar que as doenças cardíacas, as doenças mentais, e outros males que flagelam a geração atual, e que nunca assumiram tamanhas proporções como no presente século, sejam, em boa parte, devidas ao tão generalizado uso de drogas venenosas?

             O uso de drogas é assaz generalizado entre o povo. Principalmente os medicamentos de ação analgésica, ou seja, os que acalmam dores são dos mais usados. Inúmeras pessoas os têm em casa, de reserva. Levam-nos consigo ao saírem. São tão comuns os analgésicos que muitos os acham tão necessários como uma caixa de fósforos. São-nos oferecidos na farmácia como troco, quando vamos comprar alguma Coisa. 

             Muitas pessoas ingerem constantemente comprimidos de ação analgésica dos inumeráveis que abundam nas farmácias. Sentindo qualquer dor, branda ou forte, ingerem imediatamente a droga, sem saberem que estão alimentando um vício altamente prejudicial e perigoso para a saúde. Esquecem-se, essas pessoas, de que a dor não aparece por si mesma, mas que resulta de alguma coisa que não vai bem ao organismo. A dor é apenas um sintoma da doença. E não devemos combater os sintomas, mas sim a causa. E a causa, por sua vez, não pode ser combatida por meios de sedativos. É, portanto, um erro usar drogas analgésicas a torto e a direito, pois podem facilmente ocasionar sérios distúrbios orgânicos, como intoxicação e lesões em órgãos importantes (fígado, rins), afecção do sistema e acúmulo de trabalho para o coração. As drogas nunca deixam de ser prejudiciais.

             “Edward M. Biecher, nos Estados Unidos, faz referências a trabalhos de alguns autores acerca da redução de glóbulos brancos do sangue causada pela ingestão reiterada de certas substâncias aminopurínicas, entre as quais se destaca o piramido, que, segundo esses autores, chegou a baixar para 400, a taxa daqueles elementos sanguíneos, que no normal é de 5 á 8 mil por milímetro cúbico de sangue. Tratava-se de pacientes que trabalhavam em indústrias farmacêuticas e que tinham grande facilidade na obtenção do piramido”. SPES, de S. Paulo.

             O uso imediato de medicamentos analgésicos ou antifebris, em muitos casos, dificulta o diagnóstico do médico, pois a eliminação desses elementos poderá mascarar os sintomas habituais da doença, cuja causa continua a agir na intimidade do organismo, pela falta de tratamento acertado desde seu início.

             O organismo humano, em geral, sabe defender-se contra a doença, repelindo os inimigos causadores da mesma. Não devemos, por isso, subestimar sua força de resistência natural, procurando erroneamente reforçá-la com drogas medicamentosas.

             Os glóbulos brancos do sangue, chamados leucócitos, os outros elementos do sistema retículo-endotelial, bem como os humores, são os defensores naturais do organismo humano. Quando qualquer parte do organismo atacada pelos germes invasores, os soldados da defesa do corpo são mobilizados e afluem para o lugar da batalha. Mas que acontece quando os glóbulos brancos são diminuídos pela Ingestão de alguma droga venenosa? As defesas naturais estão enfraquecidas, e os invasores encontram pouca resistência.

             Felizmente, diz renomada autoridade em medicina, muitos médicos da escola alópata estão começando a ficar mais e mais convencidos da eficácia da medicina natural, mas ainda estão demasiadamente influenciados pelas antigas concepções puramente alopatas.

             Também nas Universidades há muitos catedráticos que têm compreendido que a medicina alópata encerra um bom número de erros e que é indispensável uma reforma; pois já são conhecidos de muitos que os medicamentos não podem curar por si mesmos uma enfermidade, pelo menos não da maneira como a medicina natural entende por curar, a saber, eliminar por completo a causa da enfermidade, regenerar os tecidos danificados e normalizar a função de todos os órgãos do corpo.

             Não há dúvida de que se podem alterar com drogas as funções do corpo e conseguir, por exemplo, que estes ou aqueles órgãos trabalhem mais intensamente por certo tempo, mas em seguida vem a reação inversa e o órgão pode então ficar ainda mais débil que antes. Demais, os outros órgãos, sobre os quais não se queria atuar, é prejudicado pelas drogas, como sucede, por exemplo, com a aspirina, que se toma para acalmar a dor, de vez que atua sobre o sistema nervoso, mas que prejudica estomago, por ser o primeiro órgão que a recebe. Pode-se, algumas vezes, com a morfina, aliviar os terríveis sofrimentos de um enfermo, mas com ela não se consegue uma cura. Podem apresentar-se casos em que se necessite um purgante para solver um caso de urgência, mas o purgante não cura a enfermidade; ao contrário, prejudica o estômago e os intestinos. O clorofórmio pode ser necessário para uma operação sem dor numa pessoa após um acidente grave, etc. Contudo, sempre que se Considerem as drogas como curativas, comete-se um grande erro. As drogas são remédios prejudiciais á saúde, com os quais se podem conseguir um resultado, mas não uma cura natural.

             Tendo-se isto sempre em mente, não se pode cair tão facilmente em erro, como tem acontecido, por desgraça, nos tratamentos abusivos à base de medicamentos. As operações, também, jamais curam; porque a cura é um processo de regeneração do organismo. Com uma operação pode-se extirpar um órgão ou parte do mesmo, mas não há órgãos no corpo que não sejam necessários ou úteis. Portanto, o que se deve fazer é procurar cura-los e evitar extirpá-los. As numerosas operações que se fazem hoje em dia constituem uma prova do fracasso dos tratamentos com medicamentos. Noventa por cento das operações poderiam seguramente ser evitadas com o uso adequado e oportuno da medicina natural. Entenda-se bem: não é necessário ser fanático e não admitir em nenhum caso o uso de remédio ou de uma operação, porque podem apresentar-se casos em que estes se justifiquem, como, por exemplo, num grande tumor que oprima as vias respiratórias com perigo de morte imediata, caso em que a operação é o remédio adequado para evitá-la...

             O maior erro da medicina alópata tem sido o de considerar, durante séculos, as drogas como agentes curativos. Este erro era tão grande, que os investigadores se entregaram com incansável atividade à busca de drogas e remédios que deviam fazer o milagre de curar as enfermidades... Não encontraram uma droga verdadeiramente curativa e que ao mesmo tempo não seja um veneno mais ou menos prejudicial para o organismo, porque não existe tal coisa senão na imaginação das pessoas. Só a natureza cura.

             Esta caça aos remédios baseada numa concepção equivoca acerca das enfermidades, desviou demasiadamente a atenção dos clínicos e investigadores.

             Grandes descobrimentos foram feitos em todos os ramos da medicina, menos no mais necessário, a saber, na cura natural das enfermidades mediante agentes naturais. Tais descobrimentos foram lançados no mundo com grande alarido, e tanto sugestionar os clínicos que estes geralmente têm seguido o rumo indicado pelos autores. Os remédios anunciados têm sido experimentados nos enfermos. Cria-se que tomados nas doses prescritas não haviam de prejudicar Isto, porém, é um grande erro. Um veneno sempre é prejudicial, ainda que seja tomado em pequena quantidade e ainda que nem sempre e manifeste em seguida o prejuízo ocasionado.

             Há enfermos que, aparentemente, suportam bem os medicamentos, mas há muitos nos quais se pode observar em seguida o efeito prejudicial sobre seu organismo. Na medicina de hoje fala-se muito em intoxicações medicamentosas. Nas ilustrações na página anterior podem observar-se os prejuízos que certos medicamentos podem ocasionar. Deve-se, porém, considerar que foi anunciado como dando brilhante resultado e, demais, já haviam sido experimentados em animais ou no laboratório. Devido a isto não se duvidava de sua eficácia nem se pensava no prejuízo que podiam ocasionar ao enfermo. De toda maneira, era necessário fazer algo para combater, enfermidade. Prontamente a prática demonstrou que os remédios descobertos não curavam e, perdida a fé neles, tornou-se necessário descobrir outros, que de novo pudessem despertar a esperança; e estes não têm faltado. Liam-se, cada dia, nos periódicos, anúncios sobre a descoberta de novos remédios, de resultado seguro, o que demonstra a escassa eficácia dos anteriores. Assim, passam-se os anos, mas os enfermos muitas vezes não se curam. A cada dia mais enfermidades crônicas, como o demonstram as estatísticas.

             O fato de que as maiorias das drogas são bem cedo desacreditadas, para dar lugar a outras, novas, que igualmente desaparecem depois de terem sido experimentadas, uma prova evidente de que não curam...

             Já muitas vezes medicamentos de ação rápida e ‘milagrosa’ confessa um médico alópata, tiveram que ser abandonados, porque davam somente a ilusão de cura, o germe patogênico ficava no organismo, onde reaparecia depois de vários anos. 
FONTE: “Micróbios Vencidos”, página 328, pelo Dr. Hugo Mondolfo.

II
OS ANTIBIÓTICOS

             Sobre as drogas antibióticas, extraídas dos bolores, bacilos, plantas, etc., e das quais as mais comuns são a penicilina, a estreptomicina, a aureomicina, a terramicina e a cloromicetina, desejamos também fazer algumas advertências.

             Afirma-se que os antibióticos não matam os micróbios; somente os impedem de se reproduzirem Vem então os leucócitos e os fagocitam.

             O uso de antibióticos diminui a formação de anticorpos, enfraquecendo as imunidades naturais do organismo; e, pois, quem usa antibiótico torna-se mais sujeito àquelas enfermidades sobre as quais estas drogas não têm ação.

             Além disso, mesmo os germes sobre os quais os antibióticos tem ação, vão-se tornando progressivamente menos sensíveis a estas drogas, pela sobrevivência dos germes mais fortes (pois nem todos são destruídos), após cada nova aplicação do referido medicamento.

             Os antibióticos, ao passo que são danosos para certos germes e indiferentes para outros, favorecem o desenvolvimento de uma terceira classe de germes. Os cientistas verificaram que certos tipos de meningococo, que produzem a meningite cérebro-espinhal só podem desenvolver se quando alimentados com estreptomicina.

             Pelos venenos que contêm, os antibióticos produzem o que se chama imprecisamente alergia, a qual pode ir desde um simples prurido nas solas dos pés e nas palmas das mãos até urna erupção generalizada da pele ou mesmo um edema difuso de todo o corpo, que pode fechar à garganta e ameaçar de morte a vítima. Se estes sintomas não se manifestam na primeira aplicação de antibióticos, manifestar-se-ão provavelmente após algumas doses repetidas. E é fácil haver casos em que se aplique penicilina para certos males, sem se suspeitar que os mesmos fossem provocados pela própria penicilina, agravando-se assim estes males.

             O aumento do número de cardíacos no presente é, em parte, um fenômeno devido ao uso difundido das drogas antibióticas, 
diz o Dr. Lautaro Vergara Keller.

             Outro inconveniente dos antibióticos, e, bem assim, de qualquer outra droga, é que podem de tal maneira modificar a forma do mal, que dificultam o diagnóstico do médico. 

III
AS VACINAS

             Diremos agora algumas palavras sobre as vacinas.

             O corpo animal é dotado da capacidade de defender a si mesmo contra a doença, pela fagocitose e pela formação de anticorpos. Neste princípio se baseia tanto a medicina alópata como a naturista. Mas logo veremos, também aqui, as vantagens desta e as desvantagens daquela.

             Os germes patogênicos que, pelos seus produtos tóxicos, provocam a mobilização das defesas do organismo Infectado, chamam-se antígenos. E as antitoxinas produzidas no corpo, em presença das toxinas, chamam-se anticorpos.

             A capacidade que todo organismo tem, em menor ou maior grau, de defender-se a si mesmo, chama-se imunidade natural. A medicina moderna infelizmente tende a desprestigiar a imunidade natural, dando mais importância chamada imunidade adquirida, mediante vacinas ou soros.

             A vacina é o próprio micróbio da doença, ou suas toxinas inoculados no organismo humano, para obrigar o organismo a formar suas defesas contra as toxinas desse micróbio, e pôr-se assim em condições de reagir contra um possível ataque do mesmo micróbio, em larga escala, dentro de um futuro relativamente próximo. Há vários tipos de vacinas, como sejam:
  • Vacina com germes mortos;
  • Vacina com germes vivos, porém de virulência atenuada, por cultivados em ambiente desfavorável ao seu desenvolvimento.
  • Vacina com toxinas de germes.
             A vacinoterapia baseia-se no argumento segundo o qual um ataque mais ou menos brando, da parte de um micróbio, ou da parte das suas toxinas, faz com que o organismo humano fique, por assim dizer, treinado, habilitado, preparado para um possível ataque mais forte, em futuro próximo.

             E, todavia, necessário dar lugar às objeções que se levantam contra as prevenções vacinosas. Eis algumas:

             Se a vacina é fraca, a chamada imunidade adquirida é insuficiente para repelir um posterior ataque microbiano mais forte da mesma doença. 

             Se for forte, pode trazer sérios transtornos Pode provocar a própria doença contra a qual a vacina se destina a “imunizar” a pessoa, ou pode provocar um mal mais ou menos diferente, de vez que o micróbio da vacina sofreu modificação no ambiente desfavorável em que foi cultivado, e que, juntamente com o micróbio, podem introduzir-se sujidades nocivas. E pode, também, a vacina acarretar a morte da pessoa.

             Certo conhecido escritor diz, a propósito, o seguinte:

As complicações não terminam com a inoculação. 
Há ainda a questão das condições do paciente. 
As descobertas de Sir Almorth Wright serviram para mostrar 
que os terríveis os resultado que conduziram 
à apressada suspensão do uso, em 1894, 
da tuberculina de Koch, não haviam sido acidentes, 
mas fenômenos perfeitamente metódicos 
e ordenados que se seguisse às injeções de vacinas 
perigosamente fortes no momento impróprio, 
reforçando doença em vez de estimular a resistência orgânica...

             Os resultados da vacinação... nos piores dos casos se confundem com as mais temidas e perigosas doenças. E os médicos, para defenderem o crédito da vacina, acusam os doentes ou os pais destes de terem contraído a doença independentemente da inoculação; desculpa que, naturalmente, não faz a família mais resignada, e conduz a recriminações públicas nas quais os doutores, esquecendo tudo, menos a briga do momento, pretendem ingenuamente desculpar-se, admitindo e mesmo salientando corno um ponto de sua defesa, que muitas vezes é impossível distinguir a moléstia produzida pela vacina, da moléstia que acusaram o paciente de ter contraído. 
FONTE: O dilema do Médico, Pagina 28, 29, por Bernard Shaw.

             A relativa “imunização” adquirida contra um tipo micróbio, mediante a vacina, não deixaria o indivíduo Imunizado contra todos os tipos de micróbios. E, pois, teria que “imunizar-se contra todas as enfermidades para as quais há vacinas”. 
             E teria que repetir a vacinação periodicamente, pois a “imunidade” adquirida artificialmente duraria pouco tempo. Mas quem é o indivíduo que suportaria tanta vacina?

             No terreno da vacinoterapia, na luta contra os invasores, muitos soldados da defesa, os glóbulos brancos, morrem no campo de batalha; os líquidos do organismo e seus vasos são cheios de impurezas; alguns órgãos podem ser afetados; etc., Enfim, as defesas naturais estão enfraquecidas. O indivíduo está mais do que antes, sujeito a toda enfermidade, principalmente àquelas para as quais não houve “imunização” artificial.

             A vacina, outrossim, em vez de provocar a formação de “imunidades” no organismo, pode, em muitos casos, favorecer o aparecimento da doença contra a qual deveria combater. Se um indivíduo é vacinado contra uma enfermidade quando está em vias de receber, ou quando começa a receber um ataque microbiano maciço da mesma enfermidade, o organismo recebe dois ataques ao mesmo tempo; e a vacina que deveria servir para o bem, serve para o mal.

             Além disso, que garantia temos contra os possíveis erros, muitas vezes fatais, na manipulação das vacinas?

IV
OS SOROS

             Falaremos, agora, por seu turno, sobre os soros.

             Injeta-se, num animal, um antígeno, uma vacina, uma toxina, etc., em doses progressivas. No organismo do animal vão-se formando antitoxinas. O animal está Imunizado. Seu sangue contém anticorpos. Extrai-Se o sangue do animal, separam-se os glóbulos vermelhos, e aproveita-se o soro cheio de anticorpos. O soro, devidamente preparado e acondicionado em ampolas, injeta-se no homem para transmitir-lhe parte da imunidade do animal. Esta é a teoria da soroterapia.

             Um dos inconvenientes do uso do soro a título meramente preventivo é o enfraquecimento das imunidades naturais. Passado o efeito imunizante do soro, desaparece a imunidade artificial; e a imunidade natural é menor do que antes, não só contra a enfermidade para a qual foi aplicado o soro preventivo, mas também contra todas as outras enfermidades.

             Outro inconveniente são as impurezas introduzidas no organismo, as quais atraem os micróbios de outras doenças.

             Em Conclusão, acrescentamos que os remédios alopatas, ainda que em alguns casos possa ser considerado como recursos de emergência, nunca devem ser considerados como meios de cura, porque curar quer dizer limpar o organismo e pô-lo em condições de funcionar normalmente.

V
AS IMUNIDADES NATURAIS

             Nosso corpo é um maquinismo cujas partes componentes trabalham em perfeita harmonia mútua. Há máxima interdependência entre os muitos órgãos do nosso organismo. E para que tenham saúde, é preciso que todos os órgãos estejam em bom estado de conservação, por assim dizer e desempenhem fielmente sua missão. Quando um órgão se acha afetado, os outros também sofrem.

             Para assegurar o bom funcionamento de todos os órgãos, é necessária a prática das regras indicadas no primeiro capítulo. A regra 9, como o prezado leitor está lembrado, manda evitar tudo quanto é prejudicial, inclusive as drogas venenosas.

             A saúde; como já fizemos ver, é, antes de tudo, uma questão de sangue limpo. Não havendo impurezas no organismo, os micróbios não têm ação. E para que o organismo seja mantido limpo, não devemos introduzir nele produtos farmacêuticos, ou outras impurezas, porque o efeito seria contrário.

             A mais segura defesa contra os ataques microbianos, são as imunidades naturais. Estas é que devemos cultivar, se queremos estar defendidos contra as doenças infecciosas. Nosso organismo deve estar habilitado a formar antitoxinas eficazmente, e a fagocitar os germes patogênicos, em caso de um ataque. E, para tanto, o indivíduo, além de ter todos os órgãos em perfeito funcionamento, e além de ter sangue limpo, deve estar provido de todos os elementos necessários à rápida e eficaz formação de anticorpos. Deve comer frutas e verduras metódica e variadamente. Os vegetais não somente alimentam; purifica também, e suprem as substâncias que o organismo requer para fabricar antitoxinas. Se o homem se alimentasse somente de frutas e verduras cruas, nunca ficaria doente. 

             Como se vê, os micróbios não devem ser tão duramente culpados pelas enfermidades que atormentam a humanidade. A culpa cabe exclusivamente ao homem, que prepara o terreno para os micróbios.

             Suponhamos que um campo estivesse infestado de urubus por causa da presença de alguns animais mortos de outras imundícias. Que deveríamos fazer se quiséssemos afugentar os urubus? Armar ali alguns espantalhos, ou deitar veneno nos cadáveres, ou atirar aos pobres animais com espingardas? Não! isso não! Deveríamos isso sim, remover, do campo, toda carniça, todo lixo, e os urubus desapareceriam por si.

             Isto mesmo deve fazer com os nossos corpos, se queremos estar imunes. O homem que cultiva a limpeza interna e externa do seu corpo é um campo indesejável para os micróbios.

             A medicina tradicional, diz conhecido médico naturista, ensinava e ainda ensina que a maioria das enfermidades é causada por micróbios. Chama todas estas de enfermidades infecciosas, porque podem transmitir-se de uma pessoa para outra, por infecção, ou seja, por transmissão de micróbios. Devido a esta crença, Iniciou-se uma grande luta contra os micróbios, e em todas as partes do mundo recomendam-se medicamentos para destruí-los. Surgiram os numerosos específicos, anti-sépticos, vacinas, soros, antitoxinas, etc. 

             É, porém, evidentes que se cometeram muitos erros ao sustentar a equivocada concepção de que os micróbios são a causa fundamental das enfermidades. Esta espécie de dogma, fortalecido por resultados verdadeiramente positivos obtido com algumas vacinas e soros, fez com que fosse aceito como bom por quase todo o mundo. Porém, o certo é que o problema continua sem solver, e a humanidade continua tão enferma como antes. Em alguns casos, estes remédios conseguem objetivamente cortar o processo da infecção ou evitar seu desenvolvimento, mas não promove a verdadeira cura do enfermo na forma que nós concebemos, porque, ficando substâncias morbosas no organismo, facilmente se produz outra classe de infecção ou se desenvolvem enfermidades crônicas...

             A divulgação da vacina, dos soros, dos antitóxicos, etc., desvia a humanidade do verdadeiro sistema de profilaxia e cura. Mediante as vacinas, etc., procurou-se evitar as enfermidades, ou seja, criar no corpo uma defesa artificial contra as infecções. Mas esta defesa artificial, chamada imunidade, tem os inconvenientes de encher o corpo de impurezas. Demais, não é certa nem duradoura esta defesa, de maneira que o individuo deveria vacinar-se periodicamente, isto é, intoxicar-se a miúdo, e seria necessário também tomar vacinas contra a varíola, a gripe, a tuberculose, o tifo, a sífilis, e um grande número de outras enfermidades, o que seria impossível, porque o organismo não poderia suportar tantas vacinas.

             A única e verdadeira imunidade ou defesa natural contra as enfermidades infecciosas é a pureza dos humores do corpo e o bom funcionamento de todos os órgãos.

             Esta se consegue vivendo de acordo com as leis da natureza. Quanto ao esforço da medicina para destruir os micróbios no organismo mediante medicamentos, isto perigoso, porque não é possível destruí-los sem destruir ou prejudicar os próprios tecidos do corpo.

Vejamos a missão dos micróbios em: a natureza. A ação dos micróbios em a natureza consiste em desintegrar as matérias animais e vegetais mortas. Este trabalho é indispensável para a transformação das matérias em a natureza. Os animais e as plantas que morrem são desintegrados pelos micróbios, para tornar a formar outras substâncias que possam dar origem à formação de Plantas novas. Se não fosse assim, a superfície da terra estaria cheia de cadáveres e o solo careceria de substâncias férteis para nutrir o reino vegetal...

             Também no organismo são se encontram quantidades de micróbios que trabalham na transformação das matérias, em harmonia com as funções do corpo; e esses micróbios não são prejudiciais, porque não atacam o tecido vivo e são. Ao contrário, muitos intervêm e ajudam na digestão dos alimentos, como, por exemplo, na desintegração da celulose dos vegetais. Que sucede quando se transmitem micróbios patogênicos de uma pessoa enferma para outra? Se esta pessoa é completamente sã, e livre de substâncias estranhas, os micróbios não poderão viver e desenvolver-se muito, porque não encontram neste o terreno abandonado para sua reprodução. Assim como fora do corpo esses micróbios necessitam cadáveres (matérias mortas) para viver, também no interior do corpo necessitam encontrar substâncias estranhas, a saber, matérias mortas.

             O tecido normal e são, com toda a sua vitalidade, dificilmente pode ser atacado pelos micróbios, porque a vida das células que o integram é superior, está em condições mais favoráveis, e é mais forte que a dos micróbios que, por sua vez, são destruídos e eliminados pelo sangue e por outros humores do corpo. Os que têm órgãos sãos e sangue limpo, não devem, pois, ter muito receio dos micróbios. Mas já não é assim quando os micróbios logram penetrar num corpo mal defendido e carregado. Aqui pode encontrar facilmente um terreno favorável para viver e multiplicar-se.

             Mesmo neste caso, porém, os micróbios, muitas vezes, podem ser benéficos para o organismo, porque destroem as impurezas do corpo e evitam desta maneira a grande acumulação destas e das enfermidades mais graves que poderiam resultar, mais tarde, das mesmas...

             Numerosas substâncias estranhas, de difícil destruição, são continuamente desintegradas pelo trabalho dos micróbios. Mas nem sempre é isenta de perigo a sua ação, porque uma vez que se tenha, no corpo, quantidade mui grande de substâncias morbosas, estas podem ser decompostas pelos micróbios, os quais, desenvolvendo-se em grande número, chegam a pôr em perigo a vida pela grande intoxicação e febre que produz a decomposição das substâncias estranhas e o metabolismo do excessivo número de micróbios...

             Também para isto, todavia, o organismo tem defendido, como, por exemplo: a neutralização dos venenos pelas diferentes glândulas, e a rápida expulsão destes pelos órgãos de eliminação. Quando, porém, o organismo está fraco, esta defesa pode fracassar; os órgãos então sofrem grande dano e pode mesmo sobrevir à morte do enfermo. Não se pode negar, pois, que uma invasão de micróbios pode ser prejudicial ou fatal para um enfermo, numa causa primária da enfermidade não está nos micróbios, mas sim nas más condições do corpo e na grande acumulação de impurezas...

             Repito: A verdadeira defesa consiste em conservar o corpo livre de substâncias estranhas. É indispensável saber que o organismo tem numerosas instalações para destruir os micróbios que lhe podem ser prejudiciais; todos os humores normais do corpo possuem normalmente elementos para destruí-los. São igualmente destruídos nas glândulas. O suco gástrico do estômago também os destrói em seguida; de igual modo à linfa e o sangue. Uma prova do que foi dito são as epidemias. Ainda que quase todas as pessoas tenham contacto com enfermos atacados de epidemia, infectam-se somente aquelas que têm substâncias adequadas sobre as quais os micróbios podem desenvolver-se e cujas defesas orgânicas estão debilitadas. Os demais ficam livres, ainda que esteja em contacto direto com os enfermos. Outra prova de que o micróbio por si só não é prejudicial enquanto o corpo está em boas condições, temos no fato de que muitas pessoas têm ingerido grande quantidade de micróbios, como, por exemplo, o célebre catedrático doutor Petten koffer, de Viena, que tomou grande número de bacilos de cólera vivos, sem ser atacado. Numerosas pessoas têm abrigado o bacilo de Koch, porém só se tornam tuberculosos que estão carregados e mal defendidos...

             Milhares de vezes acontecem que feridas, em contacto com micróbios, não se infectam. Outras vezes sucede, porém, que o corte de uma operação se infecta, apesar de se ter procurado evitar o contacto com micróbios mediante rigorosa assepsia.

             Tudo isso demonstra claramente que os micróbios, por si sós, não podem ser a causa das enfermidades infecciosas. “Micróbios inofensivos, que permaneçam continuamente no corpo, podem transformar se em patogênicos sob influência de condições especiais, que são a impureza dos humores e a má defesa dos tecidos”.








Joe Nature

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